Busca por votos até último minuto, Lula e economia forte são os trunfos do Rio
Há pouco mais de um ano, eles estão debruçados num "tabuleiro de xadrez". O trabalho nos bastidores para convencer os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que o Rio de Janeiro é a melhor escolha para sede das Olimpíadas de 2016 envolveu muitas viagens e conversas ao pé do ouvido. Na reta final da campanha, os organizadores da candidatura brasileira fazem segredo sobre suas últimas investidas e optam pela dedicação total até o fim.
- Estamos fazendo um grande esforço de comunicação. Vamos trabalhar mais do que os outros até o último minuto. Essa é a maior concorrência que existe no mundo e vamos fazer o corpo a corpo até o fim. Já falamos com todos os eleitores, com a maioria deles mais de uma vez. A história das Olimpíadas mostra que muitas decisões são nos momentos finais. Estamos focados, conversando com formadores de opinião e visitando as federações internacionais - disse Carlos Roberto Osório, secretário geral do comitê Rio-2016.
Na tentativa de alinhavar possíveis votos, a campanha se fez presente nos cinco continentes, durante todos os eventos onde havia votantes. O comitê diz que todas as regras estabelecidas pelo COI foram respeitadas. Entre as muitas cidades visitadas estão Zagreb, Beirute, Campala, Istambul, Queenstown, Katowice, Helsinque, Havana, Cingapura e a ilha de Bali.
- Nós sempre falamos nas viagens internacionais que esse é um projeto de uma nação. O presidente Lula já disse uma vez que, se o Brasil tem a quinta maior população, tem o quinto maior território, está entre as dez maiores economias do mundo e não tem condições de sediar um Olimpíada, quem tem? Essa é uma pergunta interessante a ser feita ao COI - afirma Osório.

Mais do que acreditar na qualidade do projeto do Rio, ele aposta na imagem do presidente para ganhar a eleição do dia 2 de outubro, em Copenhague. Nos Estados Unidos, Barack Obama tem recebido relatórios diários sobre as perspectivas da candidatura de Chicago e também orientou trabalho incansável até o último segundo, como os atletas costumam fazer quando competem. Enviou também uma carta a todos os membros do COI. João Havelange fez o mesmo, só que com conteúdo diferente para cada um deles.
- Lula é bom de eleição. Esteve nos Jogos de Pequim e, este ano, depois da reunião do G20, em abril, foi o único chefe de Estado a ficar em Londres para entender o planejamento olímpico de 2012. Nosso projeto é prioridade do Estado brasileiro. E como no futebol, o Brasil e o Rio nunca se apresentam sem seus titulares. Vamos com nosso time completo, do goleiro ao ponta esquerda. E Lula é o grande capitão dessa equipe. Estamos lutando com alguns dos maiores países do mundo, mas temos que torcer para que os votantes entendam que oferecemos algo novo. O Movimento Olímpico sempre cresceu quando se abriu a novos territórios e culturas - acredita Osório.
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